Mulheres no Futebol - Entrevista com Katiuce Borges

13 ABR 2018 17:50

“A nutrição se torna essencial para dar substratos para o atleta conseguir treinar, estar bem para jogar e se recuperar visando já a próxima partida. É uma rotina que só para em dezembro, então não há muito tempo para descanso. O atleta precisa fazer do alimento a sua fonte de energia”.  Conforme Katiuce Borges, nutricionista do Grêmio Football Porto-Alegrense, não basta apenas comer, tem que comer bem e de forma saudável. No clube desde 2011 e há cinco com a equipe profissional, ela acompanha a delegação em todas as viagens dentro e fora do país. “Sempre vou antes para poder conhecer as dependências do hotel onde iremos ficar e organizar, junto à equipe, todos os detalhes para receber os atletas e disponibilizar o melhor serviço possível”.

Isso porque, assegura Katiuce, o futebol envolve uma rotina de atividades físicas intensas divididas entre treinamentos e jogos. Ela fala da importância dos suplementos para acelerar esse processo de recuperação, tendo em vista que há jogos duas vezes por semana. E diz que a pré-temporada é fundamental para o sucesso ao longo do ano, “ficamos concentrados em torno de quinze dias e é nesse período que conseguimos mostrar para os jogadores a importância de cada atitude alimentar”.  A rotina no Grêmio envolve atendimento aos atletas, com acompanhamentos diários, prescrições de planos nutricionais e suplementação, acompanhamento de treinos e de concentrações, tanto na cidade quanto em viagens.

A conquista do bicampeonato da Libertadores da América no ano passado e a consequente disputa do Mundial de Clubes passa pela nutrição esportiva. Katiuce explica que os planos alimentares padrões são seguidos sempre e que, nas viagens, tem que haver criatividade quando não há determinado alimento no local de algum jogo. Em Dubai, no final do ano passado, ela avaliou que a diferenças culturais teriam influência na alimentação. Conta que o clube, então, incluiu um chef de cozinha na delegação, além de alimentos como feijão e farinha na bagagem.

O COMEÇO

A opção por trabalhar em área que envolvesse atividade física e saúde levou Katiuce, naturalmente, à Nutrição Esportiva. Quando iniciou a graduação em 2001, passou a integrar um grupo de pesquisas em fisiologia do exercício. “O esporte esteve presente desde o início da minha vida profissional”, revela, lembrando que isso tornou-se realidade m 2007, época em que concluiu o mestrado e foi convidada pelo Esporte Clube Juventude, na Serra Gaúcha, para atender desde as categorias de base até o profissional. A experiência durou quatro anos e antecedeu seu trabalho no Grêmio.

Izabel Rachelle 

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Foto:  Lucas Uebel