Paz no Futebol
FGF sedia seminário pela Paz no Futebol

Luiz Breves
17 JUL 2025 18:55
Colaboração: Guilherme Chaves

Painel de Combate ao Racismo no Futebol iniciou o seminário pela Paz no Futebol | Foto: Luiz Breves/FGF


O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul - TJ/RS e o Juizado do Torcedor e Grandes Eventos de Porto Alegre - JTGE promoveram, nesta quinta-feira (17), o seminário "Paz no Futebol". Com oito horas de programação, o encontro foi realizado no auditório da Federação Gaúcha de Futebol - FGF. O seminário contou com o apoio da FGF, Conselho Nacional de Justiça - CNJ, Brigada Militar, Polícia Civil, Ministério Público do Rio Grande do Sul - MP/RS, Grêmio, Internacional, Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul - DPE/RS e AJURIS.


A abertura oficial contou com a presença do diretor jurídico da FGF, Gilson Kroeff, da Juíza do JTGE, Dra. Jocelaine Teixeira, da socióloga da Odabá - Associação de Afroempreendedorismo e coordenadora do projeto "Protocolo Zero: Fim de Jogo para o Racismo", Nina Fola, do representante da Procuradoria-Geral de Justiça, secretário-geral do Ministério Público, Dr. João Ricardo Santos Tavares, da Promotora de Justiça, Dra. Ivana Battaglin, do representante da Defensoria Pública, Dr. Saulo Brum Leal Júnior, do representante do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Des. Fed. Roger Rios, da Juíza de Direito, Dra. Gioconda Fianco Pitt, da Juíza-Corregedora, Dra. Betina Constantino, e do representante da OAB/RS, Dr. Marçal dos Santos Diogo.


Durante a saudação de boas-vindas, o diretor jurídico da FGF, Gilson Kroeff, destacou os esforços feitos pela Federação em busca de um espaço mais sociável e acolhedor nos estádios.


- Nós buscamos, via Protocolo Zero, juntamente com a Odabá, passar a nossa mensagem. Gostaria de agradecer a Dra. Jocelaine por organizar este evento, trazer estas instituições que estão aqui hoje presentes para, juntamente conosco, trabalhar uma forma de educação - enfatizou Gilson.


A socióloga da Odabá e coordenadora do Protocolo Zero, Nina Fola, reiterou os objetivos do projeto.


- Nós estabelecemos uma rede que visa o apoio à vítima do crime racial. Produzimos essa sequência de ações que começam aqui, nesse espaço, vão à presidência, aos árbitros e também às categorias de base. Através da intervenção antirracista, também ampliamos a discussão contra outras tantas discriminações, inclusive homofobia e misoginia. Racismo não é um problema das pessoas negras, é um problema social - reiterou Nina.


A idealizadora do seminário "Paz no Futebol", a juíza do JTGE, Dra. Jocelaine Teixeira, agradeceu à FGF pelo espaço cedido ao evento e enfatizou o caráter formador dos painéis programados para o seminário.


- Prezamos que todos possam praticar seu lazer sem discriminação. Qualquer pessoa deve ir ao estádio com a segurança de que não vai ouvir nenhum tipo de discriminação, o que infelizmente ainda existe - relembrou Jocelaine.


LUTA ANTIRRACISTA


O "Combate ao Racismo no Futebol" foi tema do primeiro painel, mediado pelo Delegado de Polícia, Vinícius Nahan. O momento também contou com a participação de Karen Luise Souza, Juíza Auxiliar do CNJ, de Gizane Mendina Rodrigues, representando o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e da Igualdade Étnico-racial da DPE/RS, de Marcelo Carvalho, diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, e de Vanessa Mulet, da Frente Negra Gaúcha.


- Temos o costume de não perceber a ausência de pessoas negras em determinados lugares. No futebol também se achava que era normal. O Observatório da Discriminação Racial no Futebol consegue trazer um outro debate para dentro do esporte, que não se resume às denúncias de racismo. A gente consegue falar sobre a ausência de profissionais negros nos espaços de gestão e comando - disse Marcelo.


DIVERSIDADE NO FUTEBOL


O segundo painel trouxe como assunto o "Combate à Homofobia, Misoginia e outras formas de discriminação no futebol". Participaram o Desembargador Federal do TRF4, Dr. Roger Rios, a representante do Ministério Público, Ivana Battaglin, o presidente da "Ligay", Carlos Renan Evaldt e a árbitra de futebol, Andressa Hartmann. A mediação foi da Defensora Pública, Paula Granetto, que destacou a importância de entender as causas das denúncias.


- É muito difícil, mas é importante ficar claro as motivações das denúncias de injúria racial. Parabenizar os órgãos que atuam, investigam e sempre tratam com seriedade todos os casos que chegam. Importante sempre entender todas as denúncias que chegam, para podermos atuar de maneira correta e depois preventiva em casos como esses - disse Paula.


ATUAÇÃO E PREVENÇÃO


O último tema abordado foi "Órgãos públicos e clubes: atuação concreta no combate à discriminação e à violência no Futebol". Com mediação da promotora de Justiça, Débora Balzan, estiveram presentes a Delegada da Polícia Civil, Tatiana Bastos, o vice-presidente do Internacional, Ivandro Morbach, o conselheiro do Grêmio, Juliano Ferrer e o Tenente-Coronel da Brigada Militar, Rodrigo Machado. Além de especificar as ações do serviço público para o combate a esses temas, os representantes da dupla Gre-Nal falaram sobre a importância dos projetos educativos dentro de cada instituição. Vice-presidente do Inter, Ivandro Morbach, falou sobre igualdade dentro e fora das quatro linhas.


- Nós realizamos diversas ações com os torcedores e institucionais para promover o respeito e a diversidade dentro do Sport Club Internacional. Queremos sempre a igualdade dentro do nosso estádio e sempre realizamos um diálogo forte sobre esse importante assunto - contou Ivandro Morbach.


Pelo lado gremista, o conselheiro Juliano Ferrer, um dos pioneiros do projeto "Clube de Todos", falou sobre a importância de ações dentro da instituição.


- Criamos esse projeto para conscientizar todos os torcedores dentro do estádio. Além disso, realizamos ações de capacitação para melhorar o convívio de todos que acompanham futebol e para podermos evitar qualquer preconceito - afirmou Juliano.


Luiz Breves/FGF e Guilherme Chaves/FGF